Névoa Prateada: o Cinema Queer de Sacha Polak

Vencedor do Prêmio Teddy no Berlinale 2023, na categoria melhor atriz para a britânica Vicky Knight, o drama sensível Névoa Prateada (Silver Haze) da diretora holandesa Sacha Polack conquista em grande parte pelo desempenho de sua protagonista. O título original é ainda o nome de uma variação da planta Canábis. Sobrevivente de um incêndio que lhe deixou marcas por todo o corpo, a enfermeira Franky (Knight) se dedica a seus pacientes e a sua mãe, alcóolatra, sem se deixar perturbar pela extrema aridez de sua vida cotidiana com uma energia incansável, sem se deixar abater pelas adversidades da vida pobre e insípida de subúrbio. Ela ainda encontra tempo para cuidar de sua irmã mais nova, Kathy (Nicola Bland), às voltas com um namorado violento, enquanto busca respostas para a indiferença de seu pai, que deixou a família por um novo amor, e tem agora um filho pequeno.

Em meio a todo esse turbilhão emocional, Franky acaba se apaixonando por uma paciente com tendências suicidas, Florence (Esme Creed-Miles), e esse envolvimento leva Franky ao seu limite e a abandonar a família para seguir a amada. Florence desperta em Franky tendências violentas que ela própria desconhecia. Knight vem de uma parceria anterior com Polak em Dirty God (2019), em que vive uma vitima de ataque de ácido, e percebe-se na sua atuação a intimidade da câmera com sua protagonista, que na vida real também é assistente de saúde hospitalar, função que desempenha com a maior naturalidade, num realismo cru que por vezes incomoda na narrativa. Angela Bruce, que muitos conhecem aqui pela participação em Doctor Who, interpreta de forma carismática a babá de Florence, Alice. O filme está em cartaz na 47ª Mostra Internacional de São Paulo.

Onde assistir

24/10, 18h50, CINEMATECA SALA GRANDE OTELO

26/10 18h10 INSTITUTO MOREIRA SALLES – PAULISTA

30/10 15h30 KINOPLEX ITAIM SALA 2

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