Os artigos reunidos neste segundo volume da Coleção Temas foram apresentados no Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação de 2021 da Intercom (Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação). A seleção levou em conta os principais eixos de discussão do encontro, em que as apresentações giram em torno de sessões temáticas, e busca estabelecer diálogo entre os artigos que discutiram som, montagem e a fotografia do cinema no Brasil, sendo a presença deste último recorde ainda pequena, embora expressiva. Já os dois primeiros temas vêm se tornando pontuais nos últimos encontros.

No processo de edição dos textos, o principal objetivo era o de tornar essas discussões mais acessíveis não apenas para pesquisadores que atuam na academia, mas também para alunos que estão se graduando ou que se iniciam nas atividades de pesquisa científica. A partir dessas participações, a proposta é compor um painel sobre o estado da arte dos estudos sobre som, imagem, fotografia e direção de arte no Cinema Brasileiro, que envolvido em discussões sobre autorismo e identidade nacional, acabou sempre deixando para segundo plano a discussão da fotografia, montagem e do som, tão relevantes na análise da narrativa cinematográfica e audiovisual. O problema, entretanto, não é somente local, como pontua Virginia Osorio Flôres. Por quase setenta anos a questão do som no cinema foi tratada como sendo secundária no campo teórico. A montagem e a fotografia tampouco mereceram projetos e estudos de fôlego. No entanto, diversas obras trazem a assinatura de diretores e fotógrafos que se constituíram como duplas famosas, caso do fotógrafo e cineasta Emmanuel Lubezki e do diretor mexicano Alfonso Cuáron, que assumiu integralmente a função de diretor de fotografia que no premiado Roma (2019). Quanto aos montadores, ao longo da história, mal eram mencionados – todos os créditos iam sempre para o diretor e poucos ouviram falar em nomes como Walter Murch (que também trabalha com som), Marcia Lucas (Star Wars), o paraibano Walter Carvalho e Cristina Amaral, que o cineasta Carlos Reichenbach costumava chamar de “nossa Thelma Schoonmaker”, em alusão à montadora dos filmes de Martin Scorsese. É na montagem que o filme se revela, dizia Fellini.

 

Sobre os autores

 

Cassia Cassitas

Doutoranda em Comunicação e Linguagens (CAPES 5), especializada em Filosofia e Existência, Engenharia da Informação e Didática do Ensino Superior, Cassia Cassitas é mestre em Comunicação e Linguagens/Cinema e bolsista PROSUP/CAPES na Universidade Tuiuti do Paraná (UTP). Formada em Processamento de Dados pela Universidade Federal do Paraná (1985), a autora iniciou sua carreira na área de tecnologia, com vinte anos de experiência em grandes empresas no Brasil e no exterior. É autora de romances, artigos e ensaios premiados publicados no Brasil e no exterior. Atualmente, Rita de Cassia Cassitas preside a Academia Feminina de Letras do Paraná.

 

Denize Correa Araujo 

Pesquisadora de Mestrado e Doutorado em Comunicação e Linguagens, PhD em Literatura Comparada, Cinema e Artes pela UCR – Universidade da California, Riverside, USA, e Coordenadora do Curso de Pós-Graduação em Cinema UTP – Universidade Tuiuti do Paraná-BR, com Pós-Doutorado em Cinema & Artes pela UAlg (Universidade do Algarve-Portugal). È líder do Grupo de Pesquisa CIC-CNPq, parceria com o CIAC-Centro de Investigação em Artes e Comunicação da UAlg, Portugal, e do NPPA – Núcleo de Pesquisa e Produção Audiovisual – UTP-BR.

 

Elianne Ivo Barroso

Professora associada do Departamento de Cinema e Vídeo da Universidade Federal Fluminense (UFF) onde é responsável pela disciplina de Montagem do Bacharelado de Cinema e Audiovisual. Atua como docente do PPGCINE/UFF e PPGMC/UFRJ. No momento, desenvolve pesquisa sobre Montadores Brasileiros, buscando identificar características e estilos dos profissionais da edição.

 

Filipe Brito Gama

Professor assistente do Curso de Cinema e Audiovisual da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia e Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Cinema e Audiovisual na Universidade Federal Fluminense. É pesquisador convidado do Observatório do Audiovisual Baiano. Atualmente desenvolve uma pesquisa sobre a história da exibição cinematográfica na Bahia. É realizador audiovisual especializado na produção de documentários.

 

Filipe Falcão

Doutor em Comunicação pela Universidade Federal de Pernambuco. Professor da Escola de Comunicação da Universidade Católica de Pernambuco. Pesquisador de pós-doutorado pela UFPE. Membro do Laboratório de Análise de Imagem e Som (LAPIS), grupo de pesquisa CNPq, vinculado ao PPGCOM da UFPE. Membro do grupo de pesquisa Mídia e Cultura Contemporânea, da UNICAP. Autor dos livros “A aceleração do medo: o fluxo narrativo dos remakes de filmes de horror do século XXI” e “Fronteiras do medo: quando Hollywood refilma o horror japonês”, além de textos publicados revistas acadêmicas e capítulos de livros. Colunista da CBN Recife.

 

Glaucenira Neves Correia Santana

Jornalista e Mestranda no curso de Mestrado Profissional em Indústrias Criativas da Universidade Católica de Pernambuco, atuo como servidora pública na Secretaria de Comunicação da Prefeitura Municipal de Goiana e estudo pesquisas sobre dublagem e voz original, como também realizo trabalhos nessas áreas.

 

Luiza Beatriz Alvim

Doutora em Comunicação e Cultura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com período sanduíche na Universidade Paris 3 (sob orientação de Michel Chion) e doutora em Música pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), com pós-doutorado em Música pela UFRJ, sempre no campo interdisciplinar da música no cinema. Autora do livro A música no cinema de Robert Bresson. Atualmente, é professora substituta da Escola de Comunicação da UFRJ e vice-coordenadora do GP Cinema da Intercom.

 

Luiza Lusvarghi

Professora e pesquisadora da Pós-Graduação em Multimeios da Unicamp (Campinas, SP), é integrante do Grupo Genecine (Grupo de Estudos Sobre Gêneros Cinematográficos e Audiovisuais), ex-diretora da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine), e membro dos coletivos Elviras de Críticas de Cinema, Manifesta e Mais Mulheres do Audiovisual. Graduada em Jornalismo pela PUC-SP, com Mestrado, Doutorado e Pós-Doutorado pela ECA-USP. Autora de MTV a Emetevê (Cultura, 2007), e Narrativas Criminais da Ficção Audiovisual da América Latina (Appris, 2018) e coorganizadora e autora da coletânea Mulheres Atrás das Câmeras. Cronologia das Cineastas Brasileiras de 1930 a 2019 (Estação Liberdade, 2018). É coordenadora do Grupo de Pesquisa Cinema da Intercom e organizadora da Coleção Temas.

 

Sidney Rocha

Editor e escritor, vencedor do Prêmio Jabuti de Literatura (2011) e, como educador, do Prêmio Delmiro Gouveia de Economia Criativa, do Ministério da Educação (2020). É diretor de cinema, além de fotógrafo formado pela Universidade Católica de Pernambuco. Sidney Rocha é Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal de Pernambuco.

 

Virginia Osorio Flôres

Doutora em Multimeios pela UNICAMP, faz parte do grupo de pesquisa NATLA, Núcleo de Arte e Tecnologia Latino Americano da UNILA, professora de montagem e preservação audiovisual na Universidade Federal da Integração Latino Americana – UNILA, em Foz do Iguaçu, Paraná, Brasil.