Ladrões de Drogas traz Wagner Moura em thriller

A série Ladrões de Drogas, dirigida por Ridley Scott, traz Wagner Moura como Manny Carvalho em papel definido por ele mesmo como seu personagem mais sensível. Moura é coadjuvante do excelente ator Brian Tyree Henry, no papel de seu comparsa Ray Discoll. A dupla finge ser do DEA. a poderosa polícia antinarcóticos dos Estados Unidos, para roubar pequenas gangues de traficantes. Até que, por um golpe do azar, eles se deparam com uma poderosa quadrilha local e passam a ser alvo de perseguição implacável e fatal. Sem saber, por pura ingenuidade e oportunismo, eles se envolvem numa operação que inclui a presença de infiltrados de verdadeiros policiais.

Em função desta participação, Moura está sendo cogitado para ser um dos indicados do Emmy 2025. Se acontecer, será de fato uma compensação. O trabalho anterior do ator, em Guerra Civil, como repórter, foi praticamente ignorado nas premiações. A A24, como pontuou a atriz Kirsten Dunst, sua parceira no filme, preferiu centrar sua campanha do Oscar em O Brutalista, e apesar da boa bilheteria do longa, de temática distópica e especulativa.

Carvalho e Henry estão perfeitos como uma dupla simpática de vigaristas que tem a sua vida estilhaçada por conta de atos que são desdobramentos de uma vida de delinquência juvenil, sem nenhuma oportunidade de crescimento, e a trama, bem como o trabalho de construção das personagens, é eficiente ao demonstrar essa questão. Quando os verdadeiros policiais e bandidos entram em ação, entretanto, algo dessa proposta se perde, e tudo acaba ficando mais confuso. São muitas ligações e novos personagens que mal têm tempo de serem desenvolvidos. Nada disso desmerece a performance dos atores.

Na maioria dos papéis vividos por Moura em narrativas criminais, ele interpretou quase sempre o vilão, o cara durão, como o Capitão Nascimento em Tropa de Elite, ou o chefe, caso de Pablo Escobar em Narcos.. Desta vez, Moura é um dos excluídos, e, talvez, o mais atingido pelo contexto violento e urbano, este sim, uma autêntica guerra civil. O anúncio dos indicados ao Emmy sai somente em julho. Até lá, os brasileiros vão viver clima de suspense.

A fotografia da série é muito boa, traz uma perspectiva dos grandes centros urbanos dos Estados Unidos de Trump, da pobreza e da exclusão que esse modo de vida oferece, o que é raro em produções do gênero. Um thriller de ação criminal que merece ser conferido, e está disponivel na Apple TV.

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